Senac e Alícia – O encontro da saúde com o prazer

Oi pessoal!!!

Faz tempo que não escrevo, né? Mas vim aqui para compensar. Na semana passada eu participei de um evento no SENAC Santo Amaro sobre nutrição e gastronomia, e foi MA-RA-VI-LHO-SO!!! Dividirei com vocês o que foi esse evento em alguns posts e fotos nos próximos dias.

O crachá e a ecobag

O crachá e a ecobag

Participar deste evento foi muito satisfatório porque veio ao encontro do que eu penso a respeito de gastronomia e nutrição. Acredito que devam caminhar juntos, sempre, mas principalmente na área hospitalar. O qual foi o enfoque neste primeiro dia de evento.

Juntos, nutricionista e gastrônomo, tem o dever de acabar com o preconceito de que comida de hospital é ruim. Obviamente que nutricionista tem o conhecimento dos nutrientes, vitaminas, potássio, enquanto que o gastrônomo sabe transformar aquele prato sem gosto e sem cor em algo atraente e saboroso para agradar o paciente.
O primeiro dia do evento foi para discutir sobre as restrições alimentares dentro no ambiente hospitalar e estendendo para o âmbito familiar.

Palestrantes Flávia  e Felipe

Palestrantes Flávia e Felipe

O workshop sobre: “Recursos da gastronomia para dieta pastosa”, ministrado por Felipe Celis Bueno, Gastrônomo especialista em assados, Funcionário do Departamento de Saúde e Hábitos Alimentares da Fundação Alícia e pela Flávia Semenow, Nutricionista e Chefe de cozinha, especialista em Nutrição, Criatividade e Cultura Gastronômica (detalhe: foi todo em espanhol, idioma que entendo e amo!…rsrs).

Foi um workshop muito inovador, uma vez que a preparação nos surpreendeu. É uma dieta direcionada para as pessoas com problemas na mastigação, pacientes que por algum motivo perderam os dentes e/ou disfagia (diminuição da saliva).

Quando se fala de dieta pastosa pensa-se logo nas sopas de uma cor só e não muito agradável. Os idosos gostam muito da decoração do prato, então, porque não servi-los com uma apresentação que estimule o apetite? Porque alimentar não é só nutrir, inclui também os aspectos psicológicos.

Os palestrantes falaram sobre os tipos de texturas que existem e que devem ser preparadas uma a uma, por exemplo: a feijoada para uma pessoa que não possa mastigar. Prepara-se a feijoada normalmente e depois vá fazendo as texturas separadamente, ou seja, bata o feijão, faça um purê de arroz, triture a couve, use o molho mâitre d’hotel para preparar a farofa, e por fim, utilize um tipo de gelatina com suco de laranja, deixe endurecer e imite os gomos das laranjas. E monte o prato acrescentando cada item separadamente, cuidando da decoração. É muito importante que o paciente reconheça os alimentos que foram triturados.

Deve-se considerar as cores vivas, ter um aroma agradável, gosto bom e fácil de reconhecer e a qualidade de louça também deve ser adequada. Ter em mente que não existe só um tipo de textura pastosa e a quantidade de líquido influi diretamente na textura.

Toda essa preocupação melhora o emocional do paciente e também dos seus familiares que se sentem mais confortáveis vendo seu ente querido bem alimentado.

Após o workshop foi a vez das alunas, do 4º e 6º semestres do curso de Nutrição, do SENAC apresentarem os seus trabalhos sobre: “Respostas Gastronômicas para Dietas Específicas: vivências acadêmicas.”

Uma parceria entre o Senac e ALÍCIA com o apoio de algumas instituições, tais como: Fundação Oswaldo Ramos – Universidade Federal de São Paulo, Instituto da Criança do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, Associação de Diabetes Juvenil – ADJ, Hospital AC Camargo, Instituto do Câncer do Estado de São Paulo – ICESP, Hospital do Coração – Incor e Instituto Central do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP proporcionou o desenvolvimento de um trabalho bem interessante. Elas adaptaram receitas comuns, mas levando em consideração os tipos de restrições alimentares.

Livreto com as receitas especiais

Livreto com as receitas especiais

Seguem alguns exemplos para os tipos de doença que adaptaram as receitas:

* Câncer com tratamento em iodoterapia;
* Câncer com sintomas da radioterapia de cabeça e pescoço;
*Diabetes;
*Disfagia;
*Doença celíaca;
* Galactosemia;
* Insuficiência cardíaca;
* Insuficiência renal crônica;
* Obesidade na adolescência.

Ao longo da semana postarei as receitas para cada tipo de doença.

Bom, por enquanto é isso!

bjs